quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Veja 'estranhos' planetas descobertos nos últimos 20 anos

Projeção feita pela Nasa mostra o planeta Cancri (esq.) ao lado da Terra
Foto: AFP


Nos últimos 20 anos, astrônomos de todo mundo catalogaram cerca de 850 planetas fora do nosso Sistema Solar. A busca por mundos que orbitem outras estrelas tem levado à descoberta de alguns planetas estranhos, desde um gigante de gás quente, mais escuro que carvão, até um planeta com quatro sóis. Abaixo, alguns dos exemplos mais estranhos.

Quatro sóis

Em uma cena do filme da saga Star Wars, quando o personagem Luke Skywalker olha para o horizonte, vê dois sóis se pondo no planeta Tatooine. Os astrônomos já descobriram vários sistemas parecidos com o da ficção, nos quais os planetas orbitam estrelas duplas. Mas, em 2012, uma equipe de voluntários e astrônomos profissionais encontrou um planeta iluminado por quatro astros, o primeiro desse tipo.
O mundo distante fica na constelação de Cygnus, orbita um par de astros e um segundo par gira em volta deles. Ele fica a 5.000 anos-luz da Terra e seu raio é seis vezes maior do que o do nosso planeta (do tamanho de Netuno).
E, apesar de ser puxado por quatro forças gravitacionais diferentes, o planeta PH1 consegue manter uma órbita estável. A descoberta foi feita por voluntários que usavam o site Planet Hunters, junto com uma equipe de institutos científicos da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. O nome PH1 veio do site.
Na época da descoberta, Chris Lintott, da Universidade de Oxford, disse à BBC que a descoberta "não era, em absoluto, algo que estávamos esperando".

Escuridão

Em 2011, um grupo de astrônomos americanos anunciou que um exoplaneta - mundo localizado fora do nosso Sistema Solar - do tamanho de Júpiter e conhecido como TrES-2b era o mais escuro já descoberto, refletindo apenas 1% da luz que o atingia.
O TrES-2b é ainda mais escuro do que tinta acrílica preta e mais preto do que qualquer planeta ou lua do nosso Sistema Solar. Ele fica a 718 anos-luz da Terra e sua massa e raio são quase os mesmos que os do planeta Júpiter. A distância entre o TrES-2b e sua estrela pode ser um dos fatores responsáveis por essa escuridão.
Em nosso Sistema Solar, Júpiter é coberto por nuvens brilhantes de amônia que refletem mais de um terço da luz do Sol que o alcança.
Mas o TrES-2b orbita a uma distância de apenas 4,83 milhões de quilômetros de seu astro. A energia intensa do Sol esquenta o planeta a mais de 1.000ºC, o que o torna muito quente para a formação de nuvens de amônia. A atmosfera do TrES-2b também tem elementos químicos que absorvem ao invés de refletir a luz.
Mas esses fatores não conseguem explicar totalmente a extrema falta de luz no planeta. Um dos autores do estudo sobre o TrES-2b, David Spiegel, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, afirma que o planeta é tão quente que "emite um brilho vermelho fraco, muito parecido a uma brasa ou à espiral de um forno elétrico".

Diamante

Um planeta próximo na constelação de Câncer pode ter uma composição peculiar. O corpo celeste, conhecido como 55 Cancri E, "provavelmente é coberto de grafite e diamante em vez de água e granito", segundo o astrônomo Nikky Madhusudhan, da Universidade de Yale.
O 55 Cancri e pertence à classe de mundos conhecida como planetas-diamante e acredita-se que seja rico no elemento carbono, que pode existir em várias formas estruturais, como grafite ou o diamante. Planetas ricos em carbono contrastam muito com a Terra, cujo interior tem, relativamente, pouco deste elemento, mas é rico em oxigênio.
Ele fica a 40 anos-luz da Terra e o raio do planeta é duas vezes o tamanho do raio da Terra. Em 2012, Madhusudhan e seus colegas publicaram as primeiras medidas do raio do exoplaneta. Estes novos dados, combinados com as estimativas mais recentes da massa 55 Cancri E, permitiram que os cientistas deduzissem a composição química.
Para fazer isto, eles usaram modelos em computadores do interior do planeta e calcularam as possíveis combinações de elementos e compostos que poderiam ter as características observadas. Os resultados sugerem que o 55 Cancri E é, em sua maior parte, composto de carbono (na forma de grafite e diamante), ferro, carboneto de silício e, potencialmente, silicato.
Os cientistas estimam que pelo menos um terço da massa do planeta seja de diamante, o equivalente a três vezes a massa da Terra.

Engolido
Localizado na constelação de Auriga (também conhecida como Cocheiro), a 600 anos-luz da Terra, o planeta Wasp-12b está sendo devorado lentamente pela sua estrela, a Wasp-12.
O planeta gigante orbita tão próximo à estrela semelhante ao Sol que sua temperatura chega a 1.500ºC. Ele está sendo distorcido, chegando à forma de uma bola de rúgbi, devido à gravidade da estrela.
A grande proximidade entre o Wasp-12b e a estrela levou a atmosfera do planeta a se expandir a um raio três vezes maior que a de Júpiter. Material proveniente dela está "vazando" para a estrela.
"Vemos uma grande nuvem de materiais em volta do planeta, que está escapando e será capturado pela estrela", disse a astrônoma Carole Haswell, da Open University britânica.
Haswell e sua equipe usaram o telescópio Hubble para confirmar estimativas anteriores a respeito do planeta e divulgaram a descoberta na publicação científica The Astrophysical Journal Letters. Os pesquisadores dizem que o planeta pode ainda existir por mais 10 milhões de anos antes de se apagar.

Fonte: Terra

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Uma Trinca de Nebulosas em Sagittarius

Crédito de imagem e direitos autorais: Martin Pugh

Essas três brilhantes nebulosas são freqüentemente apresentadas em passeios telescópicos pela constelação de Sagittarius e pelos campos repletos de estrelas da parte central da Via Láctea. De fato, o turista cósmico do século 18, Charles Messier catalogou duas dessas nebulosas, a M8, a grande nebulosa à esquerda do centro, e a colorida M20 à direita. A terceira, é a chamada NGC 6559, que aparece acima da M8, e que está separada da nebulosa maior por uma linha escura de poeira. Todas as três nebulosas são berçários estelares localizados a uma distância aproximada de 5 mil anos-luz. A expansiva M8 com aproximadamente 100 anos-luz de diâmetro, é também conhecida como a Nebulosa da Lagoa. A M20, é popularmente conhecida como Nebulosa Trífida. O gás hidrogênio brilhante cria a cor vermelha dominante das nebulosas de emissão, cor essa que contrasta com as tonalidades azuladas, mais destacada na Trífida, devido à luz estelar refletida pela poeira. Essa vasta paisagem cósmica também inclui o aglomerado estelar aberto de Messier, M21, localizado um pouco acima e a direita da
Fonte: http://apod.nasa.gov/apod/ap120601.html // Astronomia e Universo

Nebulosa do Haltere em Infravermelho


A Nebulosa do Haltere, também conhecida como Messier 27, aparece na imagem acima feita pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA bombeando luz infravermelha. A nebulosa recebeu esse nome devido à sua semelhança com halteres quando observada através da luz visível. Ela foi descoberta em 1764 por Charles Messier, que a incluiu como sendo a entrada de número 27 em seu famoso catálogo de objetos nebulosos. Apesar dele não ter esse conhecimento na época da descoberta, essa foi a primeira de uma classe de objetos, agora conhecidos como nebulosas planetárias, a fazer parte do seu catálogo. As nebulosas planetárias foram assim denominadas devido à sua semelhança com os planetas gigantes gasosos, quando observadas através de telescópios pequenos, mas agora, já se sabe, que na verdade, elas são a parte remanescente das estrelas que uma vez foram parecidas com o Sol. Quando estrelas parecidas com o Sol morrem, elas expelem suas camadas gasosas externas. Essas camadas são aquecidas pelo núcleo quente da estrela morta, chamado de anã branca, e brilha intensamente tanto através da luz visível como através da luz infravermelha. O nosso Sol, irá terminar a sua vida como uma nebulosa planetária, quando ele morrer daqui a aproximadamente 5 bilhões de anos.
Fonte: http://www.space.com

Você já ouviu falar sobre a Teoria de Tudo? Ela literalmente pode existir

As erupções mais enérgicas do Universo emitem luz o suficiente para que cientistas examinem a natureza do espaço-tempo, segundo observações de erupções de raios-gama

Os fótons provenientes das erupções ajudam a colocar limites a um modelo unificado de todas as forças da natureza – a Teoria de Tudo. Usando um Polarímetro de Explosão de Raios-Gama (GAP, na sigla em inglês), uma equipe de cientistas japoneses mediram fótons de erupções de raios-gama da maneira mais precisa já registrada. “O resultado constrange de maneira fundamental a gravidade quântica, uma teoria de sonho que reconcilia a teoria da relatividade de Einstein e a teoria quântica”, afirma Kenji Toma, da Universidade de Osaka, em estudo publicado na Physical Review Letters, de acordo com o portal LiveScience. A Ikaros foi lançada em 2010 e é a primeira aeronave com uma vela solar. O GAP está posicionado na parte de trás da sonda, apontando para o espaço, na direção oposta ao Sol.

Um Universo Quântico?
Erupções de raios-gama são explosões muito fortes que, segundo teorias, resultam de mortes de estrelas, colisões de estrelas de nêutrons e outros acontecimentos violentos. A equipe de Kenji usou medições bastante detalhadas das erupções para estudar as propriedades dos fótons e determinar a polarização deles, ou como os campos elétricos deles são orientados em reação ao movimento de suas partículas. O campo de luz polarizada balança para cima e para baixo em uma direção perpendicular à direção dos fótons. A maior parte dos sistemas de projeções 3D em cinemas projetam duas versões do filme em duas diferentes polarizações – ambas a 45 graus à horizontal, mas perpendicular um ao outro – de tal maneira que quando você vê o filme através de óculos apropriadamente polarizados, o olho esquerdo parece ver a versão do filme feita para o olho esquerdo, e o direito vê a versão do filme para o direito”, explicou o astrofísico Derek Fox da Universidade da Pensilvânia ao portal Space.

As descobertas podem ter implicações para a teoria das supercordas – a ideia de que todas as partículas fundamentais são na verdade repetições de uma corda que vibra – que é uma tentativa de unificar as forças da natureza e criar a Teoria do Tudo. Se a ideia estiver correta, então poderemos reconciliar duas teorias aparentemente contraditórias: a relatividade geral de Einstein, e a Teoria Quântica. Ambas são antagônicas na medida em que a relatividade explica coisas muito grandes, como o universo, e a quântica explica as coisas bem pequenas, como partículas subatômicas. Nós vivemos em um universo quântico – a mecânica quântica é necessária para descrever o comportamento de todas as forças e todas as partículas no nível subatômico. Em última análise, podemos esperar desenvolver uma teoria de ‘gravidade quântica’ para esses fenômenos”, afirmou Derek.

É possível violar a simetria?
Cientistas afirmam que se as partículas trocassem de lugar com suas anti-partículas e o tempo fosse revertido, o mundo continuaria igual. Qualquer evidência de que a matéria e a anti-matéria se comportam de maneira diferente, quebrando sua suposta simetria, daria suporte Teoria das Supercordas. Se fosse comprovado que ela pode ser violada por qualquer processo físico, mesmo em níveis minúsculos, então isso iria mudar radicalmente a direção das abordagens teóricas vigentes e construir um modelo unificado de todas as forças da natureza”, diz Derek.

Mas coletar essas evidências é bem difícil, pois as estruturas quânticas são muito pequenas para a nossa tecnologia atual. Logo, é preciso examinar isso no espaço. É aí que entram os fótons das erupções de raios-gama. Essas partículas até agora não mostraram mudanças na rotação de suas polaridades. A rotação poderia mostrar uma falta de simetria se o tempo fosse revertido e as partículas trocadas com as anti-partículas. Kenji e sua equipe não encontraram nenhuma mudança ao estudar três erupções com grande riqueza de detalhes, um indício de que a simetria seja consistente em pelo menos 1 a cada 10 milhões de casos. É um recorde no questionamento das regras da natureza, e deve influenciar as futuras tentativas de se criar uma teoria unificada.

Onde encontrar uma poderosa fonte?
As erupções de raios-gama podem durar só alguns segundos ou alguns minutos, mas já é o suficiente para produzir mais energia do que o Sol durante toda a sua vida. Os raios de luz por eles produzidos viajam bilhões de anos luz em velocidades próximas à da luz na forma de fótons de alta energia que não chegam a penetrar na atmosfera do nosso planeta. Erupções de raios-gama têm energias relativamente altas – comparadas com, digamos, rádio ou fótons óticos – que os tornam ferramentas úteis para uma possível estrutura quântica do espaço-tempo. Elas são uma escolha natural como fontes para esses testes”, salientou Derek.
Fonte: Jornal Ciência

Campo de gravidade lunar mapeado pela Grail



As duas imagens acima mostra variações no campo de gravidade da Lua como observado pelas sondas Gravity Recovery and Interior Laboratory (GRAIL) da NASA durante a sua missão primária de Março a Maio de 2012. A imagem superior mostra uma porção do lado escuro da Lua (a direita) e uma porção do lado visível da Lua (a esquerda). Na parte inferior está apresentada uma projeção de Mercator de toda a superfície lunar, com o lado escuro no centro e o lado visível na parte esquerda bem como na parte direita. Medidas precisas de micro-ondas entre as sondas Ebb e Flow, foram usadas para mapear a gravidade lunar com uma alta precisão e com uma alta resolução espacial. As medidas são de três a cinco vezes melhores do que os dados anteriores sobre a gravidade da Lua. Nessas imagens, a cor vermelha corresponde a um excesso de massa (montanhas, por exemplo) e a cor azul corresponde a deficiências de massa (terras baixas). A marca esférica vermelha na imagem superior, um pouco a esquerda do centro, é vista à esquerda do centro na visão de Mercator, e o objeto semelhante a um olho de boi na parte superior direita da imagem superior está no canto superior esquerdo na imagem inferior, um pouco acima e à direita da marca vermelha. Note que existem mais detalhes de pequena escala no lado escuro da Lua se comparado com o lado visível, já que o lado escuro possui consideravelmente mais crateras de impactos menores. Os dados das sondas Ebb e Flow ajudarão a fornecer um melhor entendimento de como a Terra e os outros planetas terrestres do Sistema Solar se formaram e se desenvolveram.
Fonte: http://epod.usra.edu/blog/2012/12/lunar-gravity-field-from-grail.html

Sondas gémeas colidem com montanha lunar


Um par de sondas gémeas que mapearam a gravidade na Lua terminou a sua missão científica ontem (dia 17) tornando-se intimamente ligadas com a força do satélite natural. As sondas GRAIL, com o tamanho de máquinas de lava-louça, colidiram no limite de uma cratera no Pólo Norte da Lua às 22:28 horas (hora de Portugal) de ontem. O par foi empurrado intencionalmente porque a sua órbita baixa e os níveis de combustível restante impediam mais operações científicas. Os impactos, que foram dirigidos por impulsos anteriores, foram projectados para impedir as duas sondas de colidirem com locais históricos na superfície da Lua. A NASA queria descartar qualquer possibilidade das sondas gémeas atingirem a superfície perto de qualquer dos locais históricos de exploração lunar, nos locais de aterragem das Apollo ou das sondas russas Luna," afirma David Lehman, gestor do projecto GRAIL no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia.

Antes de cada dos disparos de foguetes das sondas, que foram realizados na sexta-feira (14 de Dezembro), os navegadores calcularam que as probabilidades de ambas as sondas impactarem num local histórico eram cerca de sete em um milhão. Em vez disso, as sondas GRAIL, que receberam as alcunhas de "Ebb" e "Flow" num concurso escolar, caíram com força na vizinhança da cratera Goldschmidt, localizada no lado visível da Lua. De acordo com os cientistas, cada sonda atingiu a superfície lunar a cerca de 6050 km/h. As colisões foram separadas por cerca de 32 segundos, em que Flow seguiu Ebb para o lado de uma montanha num local que recebeu o nome de Sally Ride, a primeira mulher americana no espaço. Não foram recolhidas imagens do fim porque a área estava nessa altura à sombra.

A missão GRAIL (Gravity Recovery and Interior Laboratory) de 496 milhões de dólares foi lançada a bordo de um foguetão Delta 2 a partir de Cabo Canaveral, Flórida, EUA, em Setembro de 2011. Ebb e Flow chegaram à Lua no dia de Ano Novo. Em órbita, a dupla de sucesso levou a cabo missões científicas principais e prolongadas, o que produziu o mapa gravítico de mais alta resolução de qualquer corpo celeste, proporcionando uma melhor compreensão de como a Terra e outros planetas rochosos do Sistema Solar se formaram e evoluíram. O mapa foi criado pela transmissão de sinais de rádio, com o objectivo de definir com precisão a distância entre as duas sondas, à medida que voavam em redor da Lua em formação. Como orbitaram em áreas de maior e menor gravidade provocadas por características visíveis - como montanhas e crateras - e massas ocultas sob a superfície, a distância entre as duas sondas mudava ligeiramente. Além de mapear a gravidade da Lua, Ebb e Flow também foram equipadas com pequenas câmaras controladas por estudantes. O programa MoonKAM - que até à sua morte em Julho, foi liderado por Sally Ride - permitiu com que estudantes sugerissem e definissem áreas na Lua a serem trabalhadas para o seu estudo.

Ebb e Flow levaram a cabo uma última experiência antes do final da sua missão. As duas sondas dispararam os seus motores principais até que os seus tanques de combustível ficassem vazios para determinar com precisão a quantidade de combustível que restava. Os dados destas últimas propulsões vai ajudar os engenheiros a validar modelos de consumo de combustível para melhorar as previsões das necessidades de propulsão em missões futuras. Uma coisa é certa - acabaram a sua missão em alta," afirma Lehman. "Mesmo durante a última metade da sua última órbita, levámos a cabo uma experiência de engenharia que poderá ajudar missões futuras a operar de forma mais eficiente."

Dado que a quantidade exacta de combustível restante em cada sonda era desconhecida, os navegadores das GRAIL e os engenheiros projectaram o esgotamento para permitir com que as sondas descessem gradualmente durante várias horas e depois roçassem a superfície até que o terreno elevado da montanha-alvo impedisse a sua viagem. Tivemos a nossa quota-parte de desafios durante esta missão e sempre fomos bem sucedidos, mas ninguém que eu conheça colidiu com uma montanha na Lua," exclama Lehman. "Há sempre uma primeira vez para tudo."
Fonte: Astronomia On -Line

Pesquisadores encontraram estrela-bebê considerada o “Santo Graal” do Sistema Solar

Uma estrela-bebê foi detectada por astrônomos logo antes de “nascer”.

A descoberta é tão importante que foi descrita como um “santo graal” da evolução estelar. As observações, publicadas na Nature, podem responder por que nuvens gigantes de gás podem colidir e formar estrelas. A estrela ainda está na fase de um turbilhão de poeira e gás. Ela é parte do mais jovem sistema planetário em formação já encontrado – por isso, pode ser crucial para entendermos melhor o nascimento do nosso próprio sistema. A jovem estrela tem “apenas” 300 mil anos de idade – um bebê se comparado com os 4,6 bilhões de anos de nosso Sol e seus planetas. No momento, ela tem 1/5 da massa do Sol, mas deve aumentar até o tamanho dele conforme for atraindo material de seus arredores. Calcula-se que haja material o suficiente para fazer sete Júpiters. A estrela, chamada L1527 IRS, fica a mais de 450 anos-luz da Terra, na constelação de Taurus – uma distância pequena para os padrões do Universo.

John Tobin, um estudante do Hubble no Observatório Nacional de Rádio Astronomia na Virgínia, afirmou ao Daily Mail que “ela pode ser ainda mais jovem, dependendo de quão rápido ela acumulou massa no passado. Esse objeto muito jovem tem todos os elementos de um sistema solar em criação”. Para encontrar o objeto, os astrônomos utilizaram telescópios de última geração para detectar tanto poeira quanto monóxido de carbono circundante. Eles foram os primeiros a consegui encontrar uma estrela comprovadamente rodeada por um disco giratório de material e os primeiros a medir a massa dela. Da mesma forma que os planetas vizinhos ao nosso que têm velocidades orbitais que variam de acordo com a distância do Sol, a estrela também tem objetos que a rodeiam com velocidades orbitais e distâncias diferentes, conforme ondas de rádio vindas do monóxido de carbono mostraram.

Hsin-Fang Chiang, um pós-doutorado da Universidade de Illinois, afirmou que os padrões, chamados de rotação kepleriana, “marcam um dos primeiros passos essenciais na direção da formação dos planetas. O disco é sustentado por sua própria rotação, e irá mediar o fluxo de material para a estrela-bebê e permitir que o processo de formação de planetas comece. John adicionou que “esta é a estrela-bebê mais jovem já encontrada a mostrar esta característica em um disco à sua volta. De muitas maneiras, o sistema parece muito com o que nós achamos que nosso sistema solar pareceu quando era muito jovem. A pesquisa, com suas imagens de alta definição, foi motivada por observações anteriores do Observatório Gemini, no Havaí, que já sugeria a presença de um grande disco cercando a estrela-bebê.

Os astrônomos fizeram observações de alta precisão da L1527 IRS com o sistema de telescópios ALMA, que está quase completo nos Andes chilenos. Segundo John: “As capacidades avançadas do ALMA nos permitirão estudar mais tais objetos de distâncias maiores. Com o ALMA nós poderemos aprender mais sobre como os discos se formam e quão rapidamente as estrelas jovens crescem até seu tamanho total e conseguir uma compreensão muito melhor sobre como estrelas e seus sistemas começam suas vidas. O estudo foi revisado por David Clarke, professor de astronomia da Universidade Santa Maria na Nova Escócia, Canadá, que o chamou de “Santo Graal” da evolução estelar:

“Que a natureza tenha encontrado um meio de trazer rotineiramente punhados distantes de matéria, condensá-los em 24 ordens de magnitude e formar os motores nucleares responsáveis por iluminar o universo, é ao mesmo tempo incrível e inegável. Precisamente o que o mecanismo é, contudo, só agora está sendo compreendido por astrônomos, e o estudo de John e os outros vem para dar suporte à peça que antes faltava – a primeira detecção e medição de uma estrela realmente embrionária. John e seus colegas podem não ser os primeiros a medir a massa de uma estrela-bebê, mas a estrela-bebê que eles observaram é de longe o melhor exemplo até hoje. A L1527 IRS é o Santo Graal da astronomia infravermelha da evolução estelar? Isso terá que ser determinado pelos historiadores da ciência. Até lá é sem dúvidas uma grande descoberta e estudos futuros sobre isso irão ajudar a aumentar nossa compreensão de como as estrelas se formam”.
Fonte: Jornal Ciência

Universo está parando de fabricar novas estrelas, mostra levantamento


Já não se fazem mais estrelas como antigamente. Um novo estudo mostra que 95% de todas elas já nasceram. Também, pudera. Lá se vão 13,7 bilhões de anos, dos quais durante todo o tempo, salvo os 500 milhões de anos iniciais, o Cosmos vem fabricando novas estrelas. A essa altura, a matéria-prima para a formação estelar --nuvens de gás-- está em vias de se tornar insuficiente para novas fornadas. O trabalho, sob a batuta de David Sobral, da Universidade de Leiden (Holanda), teve observações de três diferentes instalações: o Ukirt e o Subaru, no Havaí, e o VLT (Very Large Telescope), no Chile. Graças a essa combinação, astrônomos conseguiram observar diversas amostras de galáxias. Embora seja difícil distinguir estrelas individuais nesses casos, é possível analisar o espectro (a "assinatura" de luz) e identificar o nível de formação estelar. E, como a luz desses objetos que chega até nós tem velocidade finita, viajando a 300 mil km/s, quanto mais longe olhamos, mais velha é a luz (o que permite estudar estados antigos do Universo).

Obtivemos amostras grandes e robustas de galáxias que correspondem a 4,2 bilhões, 7 bilhões, 9,2 bilhões e 10,6 bilhões de anos atrás", diz Sobral. Seu artigo foi aceito pela publicação "Monthly Notices of the Royal Astronomy Society". A referência buscada no espectro é uma emissão na chamada linha H-alfa do hidrogênio. "É a mais confiável de todas", afirma Laerte Sodré Junior, do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP. Segundo ele, as principais conclusões estão de acordo com outros trabalhos. "Todos eles sugerem que a 'época de ouro' da formação estelar ocorreu há muito tempo e, essencialmente, em todo o intervalo de tempo coberto pelo estudo, a taxa de formação estelar vem decrescendo. Não deixa de surpreender o fato de que restam só 5% para que o "download de estrelas" seja completado. Dali para frente, o Universo terá de se resignar a, calma e lentamente, se encaminhar para um tedioso apagar das luzes. Isso se a tendência for mantida, diz Sodré.
Fonte: Folha

Estrelas revelam o segredo de parecerem jovens

Algumas pessoas estão em grande forma aos anos 90 anos, enquanto que outras estão já decrépitas antes dos 50. Sabemos que a velocidade a que uma pessoa envelhece está apenas ligeiramente relacionada com a idade que efectivamente tem - podendo ter mais relação com o estilo de vida que leva. Foi feito um novo estudo com o auxílio do telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, instalado no Observatório de La Silla do ESO e com o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, que mostra que o mesmo acontece com as estrelas.


Os enxames globulares são coleções esféricas de estrelas, fortemente ligadas entre si por ação da gravidade. São relíquias dos primórdios do Universo, com idades típicas de 12-13 mil milhões de anos (o Big Bang deu-se há cerca de 13,7 mil milhões de anos) e existem cerca de 150 enxames globulares na Via Láctea, que contêm muitas das estrelas mais velhas da nossa Galáxia. Mas, embora as estrelas sejam velhas e os enxames se tenham formado num passado distante, com o auxílio do telescópio MPG/ESO de 2,2 metros e do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, os astrónomos descobriram que alguns destes enxames são ainda novos. O trabalho é publicado na revista Nature a 20 de dezembro de 2012. “Embora estes enxames se tenham todos formado há vários milhares de milhões de anos,” diz Francesco Ferraro (Universidade de Bolonha, Itália), líder da equipa que fez a descoberta, “começámos a pensar se alguns estariam a envelhecer mais depressa ou mais devagar que os outros. Ao estudar a distribuição de um tipo de estrela azul que existe nos enxames, descobrimos que alguns deles se desenvolveram efectivamente muito mais depressa, e encontrámos uma maneira de medir a taxa de envelhecimento.”

Os enxames estelares formam-se num curto espaço de tempo, o que significa que todas as estrelas no seu interior tendem a ter a mesma idade. No entanto, como as estrelas brilhantes de elevada massa queimam muito depressa o seu combustível, e os enxames globulares são muito velhos, deveria haver apenas estrelas de pequena massa ainda a brilhar no seu interior. No entanto, parece que não é isto que se passa: em certas e determinadas circunstâncias, as estrelas podem receber um novo surto de vida, ao receberem uma quantidade extra de matéria que as faz crescer e as torna substancialmente mais brilhantes. Isto pode acontecer se uma estrela suga matéria de uma companheira próxima, ou se as estrelas colidem entre si. Estas estrelas revigoradas chamam-se vagabundas azuis e tanto a sua massa elevada como o seu brilho, são o cerne deste estudo. As estrelas mais pesadas deslocam-se para o interior do enxame, à medida que o enxame envelhece, num processo semelhante à sedimentação. Como as vagabundas azuis têm massas elevadas, estas estrelas são muito afectadas por este processo, enquanto o seu brilho intenso torna-as relativamente fáceis de observar.

Para compreender melhor o processo de envelhecimento dos enxames, a equipa mapeou a localização das estrelas vagabundas azuis em 21 enxames globulares, a partir de imagens do telescópio MPG/ESO de 2,2 metros e do Telescópio Espacial Hubble, entre outros. O Hubble forneceu imagens de alta resolução dos centros compactos de 20 dos enxames, enquanto as imagens obtidos no solo forneceram uma visão mais geral das regiões exteriores menos compactas. Ao analisar os dados observacionais, a equipa descobriu que alguns enxames parecem jovens, com as estrelas vagabundas azuis distribuídas por todo o enxame, enquanto que um maior grupo de enxames se apresenta mais velho, com todas as estrelas vagabundas azuis localizadas no centro. Um terceiro grupo parece estar no processo de envelhecer, com as estrelas mais próximas do núcleo a migrar primeiro para o interior, e depois as estrelas cada vez mais exteriores a deslocarem-se progressivamente na direção do centro.

“Uma vez que estes enxames se formaram mais ou menos todos ao mesmo tempo, esta estudo revela enormes diferenças na taxa de evolução dos enxames,” disse Barbara Lanzoni (Universidade de Bolonha, Itália), co-autora do estudo. “No caso dos enxames que evoluem depressa, pensamos que o processo de sedimentação fique completo em algumas centenas de milhões de anos, enquanto que os que evoluem mais lentamente levariam várias vezes a idade atual do Universo para completar este processo. À medida que as estrelas mais pesadas do enxame se deslocam em direção ao centro, o enxame sofre eventualmente um fenómeno chamado colapso do núcleo, onde o centro do enxame se compacta de modo extremamente denso. Os processos que levam ao colapso do núcleo são bem compreendidos, e estão directamente relacionadas com o número, a densidade e a velocidade a que se deslocam as estrelas. No entanto, a taxa à qual isto acontece não era conhecida até agora. Este estudo fornece a primeira prova empírica sobre a que velocidade envelhecem os diferentes enxames globulares.
Fonte: http://www.eso.org